Não consegue emagrecer? Entenda qual pode ser o problema

Para as mulheres em luta com a balança, as dietas podem ajudar, mas nem sempre são a solução dos problemas. Se você é uma dessas pessoas, saiba que sua dificuldade pode estar muito além da força de vontade e, inclusive, em partes do dia a dia que você nem imagina.

Segundo a endocrinologista Adriana Pessôa, estresse, dormir pouco e ter horários desregrados (em suma, todos os males da modernidade) contribuem para a dificuldade de emagrecer. “Quando você vai para o natural, está seguindo o ritmo do seu corpo, e hoje a gente faz tudo o contrário. A obesidade é uma coisa de 30 anos para cá”, destaca a médica.

Ponto final

Sabe aquele ditado de que toda a regra tem exceção? Então, no que diz respeito à perda de peso, isso nem sempre é verdade. A nutricionista funcional Marcela Sansone explica que uma das que não tem escapatória é a necessidade de aliar a alimentação com exercícios físicos. “Quando a gente faz dieta, restringe um valor energético e melhora a qualidade da alimentação. Então a atividade otimiza a perda de peso, fazendo com que o esforço seja menor”, explica. E o mesmo vale para o contrário: “são os dois pilares da educação alimentar e da perda de peso: os bons hábitos alimentares e a atividade física, uma anda obrigatoriamente associada com a outra”.

Quanto à atividade física, Adriana conta que praticar exercícios três vezes por semana ou 30 minutos de caminhada por dia são perfeitos para acompanhar a dieta. Ainda de acordo com a endocrinologista, a recomendação de se alimentar a cada três horas e dormir oito horas por dia é essencial para perder peso com saúde. “O nosso corpo precisa viver de forma regrada para ter mais saciedade”, explica, frisando que é necessário ter horários regrados para isso.

Obstáculos no organismo

Para começar, a endocrinologista Adriana Pessôa conta que emagrecer é mais difícil para as mulheres do que os homens, e por um motivo simples: eles possuem mais massa muscular e elas mais gordura. Além disso, elas possuem outros vilões biológicos para o emagrecimento: o ovário policístico e a menopausa.

Marcela Sansone destaca que, no que tange à síndrome dos ovários policísticos, a dificuldade de emagrecer vem de um quadro associado a ela: o aumento da resistência insulínica. “Quando a pessoa tem uma resistência à insulina, tem aumento da captação de gordura pelo corpo e, assim, resistência maior à absorção de açúcar, que acumula, aumentando junto o acúmulo da massa de gordura corporal”, explica a nutricionista.

A menopausa, por sua vez, entra na lista dos inimigos da silhueta por causa das alterações hormonais decorrentes dessa fase da vida da mulher. “Depois da menopausa, as mulheres de fato têm mais dificuldade de perder peso, mas mantendo a alimentação adequada mais a atividade física regular melhora muito”, explica a endocrinologista Adriana.

Não, a tireoide não foi esquecida. “A tireoide regula o metabolismo. No hipotireoidismo, o metabolismo é reduzido. Não engorda obrigatoriamente, mas incha”, explica a endocrinologista. Ela ainda conta que a castanha do pará pode ajudar a amenizar os efeitos, apesar de não solucionar o problema.

Os males do século

Com a vida corrida de todo o dia, é plenamente normal ficar um pouco mais estressada do que deveria e apostar em alimentos industrializados para facilitar o dia a dia. Esses fatores dificultam o emagrecimento. “O excesso do hormônio do estresse, por exemplo, eleva o acúmulo de gordura, principalmente na região abdominal. Então a pessoa que tem excesso de cortisol tem mais dificuldade de ser saciada”, explica Adriana. E o mesmo acontece quando a pessoa dorme menos do que o necessário: diminui o hormônio da saciedade e aumenta o da fome.

Os alimentos industrializados, por sua vez, possuem substâncias que o corpo não sabe digerir. “Quando algumas substâncias chegam nos receptores, como são criadas industrialmente, eles não sabem o que fazer com elas, então são acumuladas no organismo, favorecendo o ganho de peso”, explica. Algumas condições alimentares, segundo a endocrinologista, também podem dificultar o emagrecimento, tais como o armazenamento da comida. “O bisfenol A, presente nos plásticos duros, causa obesidade, que também pode causar o diabetes”.

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